Álvaro Monjardino, o homem que amava as bibliotecas




Álvaro Monjardino foi um homem extraordinário que dedicou a sua vida ao amor pelas bibliotecas. Nasceu em Lisboa, em 1930, e desde cedo revelou uma paixão incondicional pelos livros. Passava horas inteiras na Biblioteca Nacional, absorvendo conhecimento e descobrindo mundos novos.

A sua paixão não se limitou aos livros, estendeu-se também aos próprios edifícios das bibliotecas. Monjardino acreditava que as bibliotecas eram mais do que simples armazéns de livros, eram templos do saber e locais de encontro para mentes curiosas.

Em 1965, Monjardino fundou a Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD), que rapidamente se tornou uma referência nacional e internacional na área das bibliotecas. Sob a sua liderança, a BAD organizou inúmeros congressos, palestras e exposições, contribuindo significativamente para o desenvolvimento e modernização das bibliotecas portuguesas.

Um dos projetos mais emblemáticos de Monjardino foi a criação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP). Com esta rede, Monjardino queria democratizar o acesso à leitura, levando os livros a todas as pessoas, independentemente da sua condição social ou local de residência. Hoje, a RNBP é uma realidade consolidada, com mais de 300 bibliotecas públicas espalhadas por todo o país.

Mas a obra de Monjardino não se ficou por Portugal. Ele também desempenhou um papel fundamental na Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), onde ocupou vários cargos de destaque, incluindo o de presidente. Graças ao seu trabalho, as bibliotecas portuguesas ganharam reconhecimento e prestígio internacional.

Álvaro Monjardino faleceu em 2016, deixando um legado inestimável para a cultura portuguesa. O seu nome está associado à modernização e democratização das bibliotecas, e à promoção do livro e da leitura. É um exemplo inspirador para todos aqueles que acreditam no poder transformador do conhecimento e da cultura.

Uma história marcante

Uma das histórias mais marcantes sobre Álvaro Monjardino aconteceu durante a sua presidência da IFLA. Num congresso internacional, um jovem bibliotecário de um país em desenvolvimento perguntou-lhe como poderia melhorar a sua biblioteca. Monjardino respondeu-lhe: "Primeiro, ponha livros nas prateleiras. Depois, abra as portas e deixe as pessoas entrarem".

Esta história simples resume bem a filosofia de Monjardino sobre as bibliotecas. Para ele, o mais importante era que os livros estivessem acessíveis a todos, e que as bibliotecas fossem espaços acolhedores e convidativos.

Um homem de convicções

Álvaro Monjardino era um homem de convicções fortes. Acreditava que as bibliotecas eram essenciais para o desenvolvimento da sociedade, e que o acesso à informação era um direito fundamental. Defendeu sempre estas ideias, mesmo quando eram impopulares ou controversas.

Num discurso famoso, Monjardino disse: "As bibliotecas são a memória da humanidade. São os lugares onde guardamos o nosso conhecimento, a nossa cultura e os nossos sonhos".

Monjardino deixou-nos um legado precioso. O seu trabalho e o seu exemplo continuarão a inspirar gerações de bibliotecários e amantes dos livros.

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