25 Novembro 1975




No dia 25 de novembro de 1975, Portugal viveu um dos momentos mais tensos da sua história recente. Um grupo de militares, liderados pelo general António Ramalho Eanes, tentou derrubar o governo provisório liderado por Vasco Gonçalves, alegando que este estava a levar o país para uma ditadura comunista.

O golpe militar, conhecido como o "25 de Novembro", teve início com a ocupação da sede da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) e do aeroporto de Lisboa. Os militares também tomaram o controlo de vários quartéis e unidades militares em todo o país.

O governo respondeu com uma declaração de estado de sítio e enviou tropas leais para combater os rebeldes. A situação em Lisboa tornou-se caótica, com tiroteios nas ruas e barricadas levantadas pelos militares. O Palácio de São Bento, onde se encontrava o governo, foi cercado pelos militares rebeldes.

Após vários dias de confrontos, os militares leais ao governo conseguiram controlar a situação e prender os rebeldes. O general Ramalho Eanes foi preso e o governo provisório manteve-se no poder. No entanto, o "25 de Novembro" deixou profundas marcas na sociedade portuguesa e contribuiu para a instabilidade política que se viveu nos anos seguintes.

Os motivos do "25 de Novembro"

Os militares que tentaram o golpe de estado alegaram que o governo provisório estava a levar o país para uma ditadura comunista. Eles criticavam a política de nacionalizações, a reforma agrária e o controlo estatal dos meios de comunicação social.

Os militares também estavam preocupados com a crescente influência do Partido Comunista Português (PCP) no governo. O PCP era o maior partido de esquerda em Portugal e tinha uma forte presença no Movimento das Forças Armadas (MFA), que tinha liderado a revolução de abril de 1974.

As consequências do "25 de Novembro"

O "25 de Novembro" teve profundas consequências para a sociedade portuguesa. O golpe militar levou à demissão do primeiro-ministro Vasco Gonçalves e à formação de um novo governo mais moderado, liderado por José Pinheiro de Azevedo.

O golpe também contribuiu para a instabilidade política que se viveu nos anos seguintes. Houve vários outros tentativas de golpe de estado e o país viveu uma série de crises políticas e sociais.

No entanto, o "25 de Novembro" também contribuiu para o fim do PREC (Processo Revolucionário em Curso) e para a consolidação da democracia em Portugal. O golpe militar mostrou que os militares não estavam dispostos a tolerar uma ditadura comunista e que estavam determinados a defender a democracia.