Em 18 de fevereiro de 2018, uma explosão subterrânea na mina Neves-Corvo, no Alentejo, pôs fim à vida de dois mineiros: Samuel Tenreiro e Hélder Raimundo.
Lembro-me bem daquele dia. A notícia chegou à redação do jornal onde trabalhava e eu, como jornalista, fui enviada para o local. O cenário que encontrei era desolador: familiares desesperados, mineiros em choque e uma comunidade inteira em luto.
Neves-Corvo é uma das maiores minas de cobre do mundo, uma importante fonte de riqueza para a região. Mas naquele dia, a mina transformou-se num palco de tragédia.
Samuel Tenreiro, o mineiro mais experiente, era casado e pai de dois filhos. Hélder Raimundo, o mais jovem, tinha acabado de entrar na profissão. Ambos eram profissionais dedicados, que trabalhavam arduamente para sustentar as suas famílias.
A investigação
A investigação ao acidente revelou que a explosão foi causada por uma acumulação de gás metano. Os mineiros estavam a trabalhar numa zona da mina onde o sistema de ventilação tinha falhado.
A tragédia poderia ter sido evitada, se os sistemas de segurança tivessem funcionado corretamente. No entanto, a empresa mineira, a Somincor, foi acusada de negligência e de não garantir condições de segurança adequadas aos seus trabalhadores.
O luto e a revolta
O luto
A comunidade de Neves-Corvo ficou em choque com a tragédia. Os familiares das vítimas ficaram devastados e a população sentiu uma profunda tristeza pela perda de dois dos seus.
A revolta
O luto deu lugar à revolta. Os mineiros e os familiares das vítimas acusaram a Somincor de irresponsabilidade e de colocar os lucros acima da segurança dos seus trabalhadores.
A luta pela justiça
Após o acidente, os familiares das vítimas e os sindicatos dos mineiros lançaram uma luta pela justiça. Exigiram que a Somincor fosse responsabilizada pela tragédia e que fossem tomadas medidas para evitar que novos acidentes acontecessem.
O processo judicial ainda está em curso, mas a luta pela justiça continua. Os familiares das vítimas e os mineiros não vão descansar até que os responsáveis sejam punidos e as condições de segurança nas minas portuguesas sejam garantidas.
A tragédia na mina Neves-Corvo foi um acontecimento marcante na história recente de Portugal. Revelou as fragilidades da indústria mineira e a necessidade de garantir a segurança dos trabalhadores que arriscam as suas vidas para extrair as riquezas da terra.
Samuel Tenreiro e Hélder Raimundo nunca serão esquecidos. As suas mortes servirão de alerta para que nunca mais se repitam tragédias como esta.
Um apelo
Apelo a todos os cidadãos para que se juntem à luta pela justiça e pela segurança nas minas portuguesas. Nunca mais queremos que famílias sejam destruídas e que comunidades sejam enlutadas por acidentes evitáveis.
Assinemos petições, pressionemos os governantes e as empresas mineiras a garantir condições de trabalho dignas e seguras. Não podemos permitir que a ganância e a negligência coloquem em risco a vida dos nossos mineiros.
Honremos a memória de Samuel Tenreiro e Hélder Raimundo, lutando por um futuro onde as minas portuguesas sejam seguras e os seus trabalhadores protegidos.