Lembro-me vividamente daquele dia chuvoso. Eu estava voltando do trabalho, e o trânsito já estava carregado por volta das 17h. Ao me aproximar do viaduto Ayrton Senna, vi luzes vermelhas piscando e fumaça subindo ao céu. Meu coração pulou uma batida.
Descobri mais tarde que um caminhão tinha perdido os freios e colidido com vários carros. O impacto foi tão forte que os veículos ficaram retorcidos e irreconhecíveis. Ambulâncias, bombeiros e policiais se aglomeravam ao redor, desesperados para salvar vidas.
Fiquei preso no trânsito por horas, testemunha do desespero das pessoas envolvidas. Vi motoristas feridos, alguns deles ensanguentados e gritando por socorro. Outros vagavam assustados, procurando por entes queridos perdidos.
O tráfego ficou paralisado por toda a noite. Carros abandonados e avariados bloqueavam as pistas, e o barulho das sirenes era ensurdecedor. O caos era total, e a angústia dos envolvidos era palpável.
Finalmente, por volta das 2h da manhã, o trânsito começou a fluir novamente. Mas o acidente deixou uma marca profunda em todos que presenciaram aquela cena. Vimos de perto a fragilidade da vida e a importância de valorizar cada momento.
Nos dias seguintes, acompanhei com apreensão as notícias sobre as vítimas. Algumas delas não resistiram aos ferimentos, e famílias inteiras foram destruídas. O acidente na Linha Amarela se tornou um lembrete cruel de que mesmo as coisas mais cotidianas podem se transformar em tragédias.
Hoje, ao passar pelo viaduto Ayrton Senna, não consigo deixar de pensar naquele dia. As imagens do acidente ainda estão gravadas na minha memória, e a dor das vítimas ecoa em meus pensamentos.
Que possamos aprender com essa tragédia e valorizar cada instante de nossas vidas. Que a dor das vítimas nos inspire a sermos mais cuidadosos e respeitosos no trânsito.