Auto Invicta
A minha primeira paixão automotiva foi um Mustang laranja. Lembro-me de passar horas a olhar para ele numa revista de carros, sonhando com o dia em que poderia finalmente conduzi-lo. Mas, como a maioria dos sonhos, este também teve os seus obstáculos. Eu era jovem, não tinha carta de condução e, mais importante ainda, não tinha o dinheiro para o comprar.
Mas isso não me impediu de sonhar. Eu continuava a folhear a revista, imaginando-me a conduzir o Mustang pela estrada aberta, o vento no meu cabelo e a minha música favorita a tocar no rádio. Era a minha forma de escapar à realidade, um lugar onde tudo era possível.
Anos mais tarde, consegui finalmente concretizar o meu sonho. Comprei um Mustang laranja usado, e foi ainda melhor do que eu alguma vez tinha imaginado. Conduzi-o por todo o lado, desde as estradas sinuosas das montanhas até às ruas movimentadas da cidade. Era a minha forma de me sentir livre, de me sentir vivo.
O Mustang tornou-se mais do que um simples carro para mim. Tornou-se uma parte de mim. Era o meu refúgio, o meu lar longe de casa. Passei nele inúmeras horas, a conduzir à noite, a ouvir música e a pensar na vida.
Era também o meu companheiro de viagem, o meu leal amigo. Levou-me a lugares incríveis, permitiu-me ver coisas que nunca teria visto de outra forma. Juntos, vivemos aventuras que nunca esquecerei.
Mas, como todas as coisas boas, o nosso tempo juntos teve de acabar. Vendi o Mustang há alguns anos, mas as memórias que partilhamos ficarão comigo para sempre. Foi mais do que um carro; foi uma parte da minha vida, uma parte de mim.
E assim, digo adeus ao meu Mustang laranja. Obrigado por todas as aventuras, por todas as memórias. Até sempre, meu velho amigo.