Caçulinha




Eu sempre fui a caçulinha. A mais nova, a mais mimada, a mais querida. E eu adorava isso. Era como se eu tivesse um passe livre para fazer o que quisesse, sem ter que me preocupar com as consequências.

Mas então eu cresci. E as coisas começaram a mudar. De repente, eu não era mais a caçulinha. Eu era apenas mais uma irmã, e tinha que assumir as mesmas responsabilidades que todos os outros.

No começo, eu não gostei muito da ideia. Eu senti falta dos dias em que podia fazer o que quisesse, sem ter que me preocupar com nada. Mas aos poucos, eu fui me acostumando. Eu percebi que ser a caçulinha não era tudo aquilo que parecia. Que também tinha suas desvantagens.

Por exemplo, eu sempre fui a última a ser escolhida nas brincadeiras. E quando eu queria contar uma história, sempre tinha alguém que me interrompia, dizendo que eu era muito nova para entender.

Mas a pior parte era quando eu precisava de ajuda. Eu sempre fui tão mimada que nunca aprendi a fazer as coisas sozinha. E quando eu pedia ajuda, todos sempre diziam que eu devia me virar sozinha, que eu já era crescida.

Foi difícil no começo, mas eu acabei aprendendo. Aprendi a fazer as coisas sozinha, a cuidar de mim mesma e a me defender. E descobri que ser a caçulinha não é tão ruim assim. Que tem vantagens e desvantagens, como tudo na vida.

Hoje, eu ainda sou a caçulinha. Mas agora eu sei que não sou mais a única. Que tem outras pessoas que também precisam de atenção e cuidado. E que eu também posso ser uma delas.

Portanto, se você é a caçulinha, aproveite enquanto pode. Mas não se esqueça de que um dia você vai crescer e que as coisas vão mudar. E que está tudo bem. Você ainda será especial, mesmo quando não for mais a caçulinha.

E para todos os outros, não se esqueçam de que os caçulinhas também são pessoas. E que eles também merecem atenção e cuidado.