Como eu sobrevivi ao vudu de Salvador




Falar de vudu em Salvador é mexer com um vespeiro. Uns dizem que é folclore, outros creem com todas as forças. Eu, que nunca fui chegada a essas coisas, acabei me envolvendo em uma situação que até hoje me arrepia só de lembrar.

Tudo começou quando fui convidada para um jantar na casa de uma amiga no Pelourinho. Como boa baiana que sou, não perdi a oportunidade de me vestir a caráter e caprichar no turbante.

Quando cheguei ao local, a atmosfera estava estranha. Havia velas acesas, incensos pelo ar e uma música meio esquisita tocando ao fundo. Minha amiga me recebeu com um sorriso enigmático, como se soubesse de algo que eu não sabia.

Logo, um homem alto e magro entrou na sala. Ele usava um robe preto e tinha um olhar penetrante que me fez sentir desconfortável. Minha amiga o apresentou como um "babalorixá" e disse que ele tinha uma surpresa para mim.

O babalorixá se aproximou de mim e segurou minhas mãos. Ele começou a murmurar algo que eu não entendia e então, do nada, senti um formigamento por todo o corpo. Eu me sentia leve, como se estivesse flutuando.

De repente, uma voz surgiu na minha cabeça, dizendo coisas que eu não conseguia entender. Era como se alguém estivesse falando dentro de mim. Eu tentei lutar contra, mas não conseguia controlar meus pensamentos.

Assustada, olhei para o babalorixá, que sorria maliciosamente. Ele disse que eu estava possuída por um espírito e que precisaria passar por um ritual para me libertar.

Eu não acreditei nem por um segundo. Mas o homem pareceu tão convincente que acabei concordando. Ele me levou para um quarto escuro, onde havia uma banheira cheia de água e velas acesas.

Ele me mandou tirar a roupa e entrar na banheira. Quando a água gelada tocou minha pele, eu senti um choque tão forte que quase desmaiei. O babalorixá começou a cantar e jogar ervas na água.

De repente, a água começou a ferver e borbulhar. Eu sentia como se estivesse sendo queimada viva. Gritei por socorro, mas ninguém me ouvia. O babalorixá continuava cantando, cada vez mais alto.

Em um momento de desespero, lembrei-me da minha fé. Comecei a rezar e pedir ajuda a Deus. Lentamente, a água foi esfriando e as bolhas sumiram.

Quando tudo acabou, o babalorixá saiu do quarto e me deixou sozinha. Eu me vesti e fugi daquele lugar o mais rápido que pude. Nunca mais voltei lá e nunca mais tive notícias do babalorixá.

Até hoje, não sei o que realmente aconteceu naquela noite. Mas uma coisa é certa: eu nunca mais vou me envolver com vudu.

E você, caro leitor? Acredita em vudu? Conta pra mim nos comentários.