Cota de inundação do Guaíba: uma bomba-relógio

A cota de inundação do Guaíba tem sido um tema recorrente nas manchetes do nosso estado. E não é para menos: trata-se de um problema sério que afeta diretamente a vida de milhares de pessoas.

Mas o que é, afinal, a cota de inundação? Em termos simples, é o nível máximo de água que o Guaíba pode atingir antes de começar a inundar as áreas ao seu redor.

E por que ela é tão importante? Porque o Guaíba é um rio que recebe água de diversos outros rios e arroios, além das chuvas que caem na sua bacia. Quando o volume de água que entra no Guaíba é maior do que o volume que sai (pela foz ou pela evaporação), o nível do rio sobe até atingir a cota de inundação.

E o que acontece então? As áreas ao redor do Guaíba, chamadas de várzeas, ficam inundadas. E é aí que mora o perigo, pois essas áreas geralmente são ocupadas por casas, empresas e outras construções.

• Em 2015, por exemplo, a cota de inundação do Guaíba atingiu o nível histórico de 4,99 metros. Isso fez com que cerca de 60 mil pessoas tivessem que deixar suas casas, e os prejuízos materiais foram estimados em bilhões de reais.

E o problema não está só na cheia do Guaíba. Com as mudanças climáticas, as chuvas estão ficando mais frequentes e intensas. Isso significa que a cota de inundação do Guaíba pode ser atingida com mais facilidade.

Não é à toa que a cota de inundação do Guaíba é uma bomba-relógio. Se não tomarmos medidas urgentes para mitigar esse problema, podemos sofrer novas enchentes desastrosas no futuro.

• Uma das medidas mais importantes é a contenção do desmatamento. As florestas absorvem a água da chuva, o que ajuda a reduzir o volume de água que chega ao Guaíba.

• Outra medida importante é aumentar a capacidade de vazão dos rios e arroios que deságuam no Guaíba. Isso pode ser feito, por exemplo, dragando os rios ou construindo canais de desvio.

Finalmente, é preciso restringir a ocupação das várzeas. Não podemos mais permitir que pessoas construam em áreas que são naturalmente sujeitas a inundações.

Se tomarmos essas medidas, podemos reduzir o risco de novas enchentes no Guaíba. Mas é importante lembrar que esse é um problema complexo, que não tem solução fácil. Precisamos trabalhar juntos, governo, sociedade civil e iniciativa privada, para encontrar as melhores soluções.