Essequibo: O desfecho da disputa de fronteiras
Quando a bandeira da Guiana foi hasteada em 26 de maio de 1966, alguns guianenses ficaram eufóricos, outros apreensivos. Este ato simbólico marcou a independência da Guiana, mas também abriu as portas para um conflito fronteiriço de décadas com a Venezuela.
O cerne da disputa é a região de Essequibo, vasta e rica em recursos, que a Venezuela reivindica como sua desde 1841. A Guiana, por outro lado, considera Essequibo como parte do seu território desde o século XVII, quando foi colonizada pelos holandeses.
Ao longo dos anos, a disputa de Essequibo tem sido uma fonte constante de tensão entre os dois países. A Venezuela fechou sua fronteira com a Guiana em 1968 e cortou relações diplomáticas em 1970. Apenas em 1993 é que as relações foram restabelecidas e, desde então, vários esforços foram feitos para resolver a questão pacificamente.
Em 1966, o secretário-geral das Nações Unidas foi convidado a nomear uma Comissão de Inquérito para examinar a disputa. A comissão concluiu que a reivindicação da Venezuela era "defendível com base no direito internacional". No entanto, a Guiana rejeitou as conclusões da comissão, argumentando que o tribunal foi "politicamente tendencioso".
Desde então, a disputa tem sido resolvida principalmente por meio de conversas diretas entre os dois países. No entanto, nenhum progresso significativo foi feito e a questão continua a ser uma fonte de tensão.
Em 2018, a Venezuela apresentou uma reclamação formal à Corte Internacional de Justiça (CIJ), pedindo que o tribunal declare a nulidade do tratado de 1899 que estabeleceu a fronteira entre os dois países. A Guiana rejeitou a reclamação da Venezuela e disse que não participará do processo da CIJ.
O conflito fronteiriço de Essequibo é uma questão complexa e de longa data. Não há uma resposta fácil e é provável que a disputa continue por muitos anos.