Quando fui convidado para escrever esta crónica, o tema que me deram foi “emoções que só um pai pode sentir”. Pensei logo no nascimento do meu filho, naquela explosão de amor e orgulho que senti quando o vi pela primeira vez. Mas depois lembrei-me de outro momento, menos óbvio, mas que me marcou profundamente, no dia em que ele nasceu.
Estava com o meu filho ao colo, no quarto do hospital, quando ele começou a chorar. Eu não sabia o que fazer, nunca tinha lidado com um bebé antes. Tentei dar-lhe o biberão, mas ele não pegava. Tentei embalar ele, mas ele não parava de chorar. Comecei a ficar desesperado, não sabia como o acalmar.
Foi então que a minha mulher entrou no quarto e me disse: “Deixa que eu pego nele”. Ela pegou no bebé e, num instante, ele parou de chorar. Ela embaalou ele, deu-lhe o biberão e ele adormeceu nos braços dela.
Naquele momento, senti uma emoção que nunca tinha sentido antes. Não era apenas amor, era também uma enorme gratidão pela minha mulher. Ela tinha sido a minha rocha naquele momento difícil. Ela sabia exatamente o que fazer, e ela tinha acalmado o nosso filho com uma rapidez e facilidade que me deixaram maravilhado.
Naquele momento, percebi que ser pai não era apenas uma questão de amar o teu filho. Era também uma questão de confiar na tua parceira e saber que ela estará sempre lá para ti, não importa o que aconteça.
Hoje, o meu filho já tem dois anos e meio. Ele é um menino feliz e saudável, e eu sou um pai orgulhoso. Mas nunca me esquecerei do dia em que ele nasceu, e da emoção que senti quando vi a minha mulher acalmá-lo com tanto amor e cuidado.
É uma emoção que só um pai pode sentir.