Em meio ao caos da pandemia, médicos de todo o país se veem obrigados a entrar em greve. É um grito de socorro, um apelo por condições mínimas para cuidar dos nossos doentes.
Como cidadã e como médica, meu coração se parte ao ver a situação dos meus colegas. Trabalhamos incansavelmente, muitas vezes sem descanso, para salvar vidas. Mas nossas vozes são ignoradas, nossos apelos são tratados com descaso.
Estamos exaustos. Nossos salários estão defasados, nossas jornadas são extenuantes. Trabalhamos com equipamentos precários, em hospitais lotados. O estresse é insuportável.
E para piorar, somos criticados por quem não entende nossa realidade. Dizem que somos egoístas, que só pensamos em dinheiro. Mas não é verdade. Nós amamos nossa profissão, amamos cuidar das pessoas. Queremos apenas condições dignas para fazer nosso trabalho bem feito.
A greve é um ato extremo, mas necessário. É a única forma de fazer o governo nos ouvir. Precisamos de mais médicos, de melhores salários, de equipamentos adequados. Precisamos de condições para cuidar dos nossos pacientes com a qualidade que eles merecem.
Enquanto a greve durar, haverá transtornos. Mas esses transtornos são temporários. O que está em jogo é o futuro da saúde no nosso país. Se os médicos não tiverem condições para trabalhar, quem vai cuidar dos doentes?
Eu peço a compreensão da população. Estamos lutando por todos nós. Por um sistema de saúde digno, por um país que valoriza a vida.