Quem viveu em Lisboa no dia 25 de agosto de 1988 nunca esquecerá o incêndio que deflagrou no Centro Comercial Amoreiras. Um fogo devastador que mudou para sempre a cidade e deixou cicatrizes profundas na memória coletiva dos portugueses.
Eu tinha apenas 10 anos naquela noite fatídica. Lembro-me do cheiro a fumo que invadiu a nossa casa, do pânico nas vozes das pessoas na rua e das imagens assustadoras na televisão. O Amoreiras, um símbolo da Lisboa moderna, estava em chamas.
O incêndio começou por volta das 21h30, num dos estabelecimentos do 5º piso do centro comercial. Rapidamente, as chamas alastraram-se pelos andares superiores, alimentadas pela estrutura metálica do edifício. O fogo era tão intenso que podia ser visto a quilómetros de distância.
Os bombeiros lutaram arduamente para controlar as chamas, mas o vento forte e a falta de planeamento de emergência dificultaram os seus esforços. O centro comercial não possuía extintores automáticos e as saídas de emergência estavam bloqueadas. O resultado foi uma tragédia.
O incêndio das Amoreiras foi um marco na história de Lisboa. Revelou a vulnerabilidade da cidade a este tipo de desastres e obrigou a uma profunda reflexão sobre as medidas de segurança em edifícios públicos.
Hoje, 33 anos depois, o Amoreiras foi reconstruído e é um dos mais importantes centros comerciais de Portugal. No entanto, as cicatrizes do incêndio ainda são visíveis. No 5º e 6º pisos, onde o fogo mais ardeu, as paredes são mais escuras e os tetos mais baixos. São um lembrete constante da tragédia que ali ocorreu.
O incêndio das Amoreiras foi uma lição dolorosa, mas necessária. Obrigou-nos a pensar na segurança e a estar preparados para o inesperado. É um legado que devemos honrar, para que tragédias como esta nunca mais se repitam.