Filho de pequenos agricultores, Pedroto cresceu rodeado pela pobreza e pelas dificuldades. Estas experiências pessoais influenciaram profundamente a sua escrita, marcando-a com um realismo cru e uma sensibilidade aguçada para as injustiças sociais.
Nos seus romances, Pedroto retrata a vida quotidiana das aldeias portuguesas com uma precisão impressionante. As suas personagens são pessoas reais, com defeitos e qualidades, que lutam para sobreviver num mundo agreste e implacável. Através das suas histórias, Pedroto denuncia a exploração dos trabalhadores rurais, a fome e a miséria que assolam o campo português.
"A Fome", o seu romance mais conhecido, é uma obra poderosa que retrata os horrores da fome numa aldeia do interior.
A escrita de Pedroto é caracterizada por uma linguagem simples e direta, que reflete a fala do povo. O seu estilo é marcado por um ritmo lento e cadenciado, que confere às suas obras uma atmosfera contemplativa e melancólica.
Para além da sua obra literária, Pedroto foi também um homem de ação. Empenhou-se em causas sociais e políticas, lutando pelos direitos dos trabalhadores e pelo progresso social.
A obra de José Maria Pedroto é um testemunho valioso da realidade portuguesa do século XX. Através da sua escrita, ele deu voz aos esquecidos, denunciou injustiças e lutou por uma sociedade mais justa e igualitária.
Hoje, a sua obra continua a ser lida e apreciada por muitos, como um testemunho da força e da resiliência do povo português.
José Maria Pedroto, um escritor do povo, para o povo.