José Pulido Valente: Um arquiteto a remar contra a maré




Há arquitetos que passam a vida a desenhar projetos magníficos, mas há outros que vão mais além e usam a sua voz para defender causas que acreditam ser justas. José Pulido Valente é um desses arquitetos.
Nascido em Lisboa, em 1936, Pulido Valente licenciou-se em Direito, mas cedo descobriu que a sua verdadeira paixão era a arquitetura. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e estudou em Paris, onde conheceu alguns dos maiores nomes da arquitetura mundial, como Le Corbusier e Oscar Niemeyer.
Regressado a Portugal, Pulido Valente começou a trabalhar como arquiteto, mas rapidamente se apercebeu de que a realidade do país não correspondia aos seus ideais. A arquitetura estava ao serviço do poder e do dinheiro, e não das pessoas.
Foi então que decidiu "remar contra a maré" e dedicar a sua vida à defesa de uma arquitetura social e sustentável. Criou a Cooperativa de Arquitetos Portugueses e foi um dos fundadores do Movimento para a Reabilitação Urbana.
O seu trabalho tem sido reconhecido internacionalmente, mas é em Portugal que Pulido Valente tem feito a diferença. Os seus projetos de habitação social, escolas e centros de saúde são exemplos de como a arquitetura pode ser uma ferramenta de transformação social.
Pulido Valente é um arquiteto polémico, mas também é um dos mais respeitados da sua geração. A sua voz é uma voz incómoda, mas é uma voz que precisa de ser ouvida.
"A arquitetura não é apenas uma questão de construir edifícios bonitos. É também uma questão de criar espaços que sejam funcionais, sustentáveis e acessíveis a todos." - José Pulido Valente