Aqui estou eu, um brasileiro apaixonado por ciclismo, no coração da Bélgica, prestes a vivenciar a lendária "Liege-Bastogne-Liege". Uma corrida de 257 quilômetros, repleta de subidas desafiadoras e paisagens deslumbrantes.
Saindo de Liège, a cidade natal do meu ídolo Eddy Merckx, o pelotão é saudado por uma multidão entusiasta. O céu está azul e o sol brilha, prometendo uma jornada inesquecível. Eu me junto à multidão, empolgado por testemunhar esse espetáculo.
O pelotão serpenteia pelas ruas estreitas, embalado pelo som das rodas no asfalto. Então, de repente, a largada! Os ciclistas disparam como flechas, desaparecendo rapidamente na distância.
Eu decido seguir a corrida de perto, percorrendo as estradas sinuosas de carro. A paisagem é de cortar a respiração, com campos verdejantes, florestas densas e pequenas vilas charmosas. O ar está impregnado do perfume das flores silvestres.
À medida que a corrida avança, o terreno se torna mais difícil. As subidas começam a aparecer, e os ciclistas são forçados a cavar fundo para vencer cada uma delas. Eu observo com admiração enquanto eles driblam com maestria as curvas acentuadas, impulsionados pela pura força de vontade.
Uma das subidas mais temidas é a temida "Côte de La Redoute". Com seus 2,1 quilômetros de inclinação média de 8,9%, ela separa os homens dos garotos. No topo, vejo ciclistas exaustos, mas determinados, se preparando para o trecho final.
A corrida atinge seu clímax na entrada de Liège. O pelotão se divide, e um pequeno grupo de elite surge na frente. A multidão se aglomera, gritando e torcendo por seus favoritos. A atmosfera é eletrizante.
E então, o momento que todos estavam esperando: a linha de chegada. O vencedor cruza a faixa com um sorriso vitorioso, tendo superado todas as adversidades para conquistar a glória. A multidão explode em aplausos, celebrando a conclusão dessa jornada épica.
Ao final da corrida, enquanto caminho de volta para meu carro, sinto uma sensação de admiração e inspiração. Liege-Bastogne-Liege não é apenas uma corrida de bicicleta; é uma metáfora da vida, repleta de desafios, subidas e descidas, mas sempre com a esperança de um final triunfante.
E assim, eu retorno para casa, levando comigo a lembrança desta experiência extraordinária. Liège-Bastogne-Liege ficará para sempre gravada em minha memória como uma odisseia épica no coração da Bélgica.