Marcos Freire: Um Educador Radical, à Margem da Igreja

Em meio ao turbilhão sociopolítico do Brasil dos anos 60 e 70, surgiu uma figura ímpar que revolucionou o pensamento educacional: Marcos Freire. Um educador marginalizado pela Igreja, mas aclamado pelas comunidades que ousou alfabetizar.

Freire dedicou sua vida a empoderar os oprimidos. Partindo do princípio que a alfabetização não se restringia à capacidade de ler e escrever, mas um instrumento de libertação, ele mergulhou nos aglomerados carentes, onde a palavra escrita era um luxo distante.

O método de Freire era tão radical quanto sua ideologia. Ele acreditava que a educação deveria ser um diálogo entre educador e educando, baseado na realidade dos alunos. Usava jogos, músicas e encenações para despertar o interesse e a participação dos oprimidos.

A Igreja Católica, à qual Freire pertencia, não via com bons olhos suas ideias. Para a hierarquia eclesiástica, Freire era perigoso demais, pois pregava a conscientização dos oprimidos e questionava a ordem estabelecida.

Em 1964, após dezoito meses de trabalho, Freire foi preso e torturado pela ditadura militar, que o acusava de ser subversivo. Foi uma experiência traumática, mas que reforçou sua convicção de que a educação era uma ferramenta poderosa para a transformação social.

Apesar das perseguições, Freire nunca abandonou sua missão. Continuou a alfabetizar e a educar os excluídos da sociedade, inspirando gerações de educadores e ativistas.

Seu legado é vasto e profundo. O método de alfabetização de Freire foi adotado em mais de 100 países, transformando a vida de milhões de pessoas. Seus escritos, como "Pedagogia do Oprimido", se tornaram clássicos da educação.

Marcos Freire foi um educador radical que desafiou os dogmas da Igreja e o status quo da sociedade. Marginalizado por uns, aclamado por outros, ele sempre esteve à margem, mas sua voz nunca se calou.
Sua mensagem de educação libertadora continua ecoando hoje, inspirando aqueles que acreditam que a educação é a chave para um futuro mais justo e igualitário.