Neguinho da Beija-Flor: Sua Vida e Paixão pelo Samba




Luiz Antônio Feliciano Marcondes, mais conhecido como Neguinho da Beija-Flor, é um dos maiores nomes do samba brasileiro. Sua história é marcada por uma paixão contagiante pela música e uma dedicação inabalável à Beija-Flor de Nilópolis, escola de samba da qual é intérprete oficial há mais de 40 anos.
Natural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Neguinho cresceu em um ambiente musical. O pai, Benedito Feliciano Marcondes, era trombonista e costumava levar o filho aos ensaios da Orquestra Tabajara. Foi lá que ele deu seus primeiros passos na música, aprendendo a tocar saxofone e trompete.
Aos 17 anos, Neguinho se juntou à Beija-Flor, que na época ainda era uma pequena escola de samba. Ele começou como ritmista, mas logo foi convidado a cantar. Sua voz potente e afinada rapidamente chamou a atenção dos dirigentes da escola, que o tornaram intérprete oficial em 1976.
Desde então, Neguinho da Beija-Flor se tornou um símbolo da escola. Sua interpretação arrebatadora dos sambas-enredo levou a Beija-Flor a conquistar 14 campeonatos do Grupo Especial. Músicas como "Águia Guerreira" e "Deixa a Vida Me Levar" se tornaram hinos do samba carioca, cantadas por milhões de pessoas em todo o país.
Para além do samba, Neguinho da Beija-Flor também se destacou como compositor, tendo escrito diversos sambas-enredo para a Beija-Flor e outras escolas de samba. Sua obra é marcada por temas sociais, como a luta contra o racismo e a defesa dos menos favorecidos.
Ao longo de sua carreira, Neguinho da Beija-Flor recebeu inúmeros prêmios e homenagens. Em 2003, foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural pelo governo brasileiro. Em 2019, foi eleito para a Academia Brasileira de Música.
Hoje, aos 75 anos, Neguinho da Beija-Flor continua sendo uma referência no samba brasileiro. Sua paixão pela música e sua dedicação à Beija-Flor de Nilópolis são uma inspiração para todos aqueles que amam o samba e acreditam no poder transformador da arte.