Nino: O inusitado resgate de um nome da infância




Por um fio de saudade, o passado bate à porta, trazendo consigo lembranças adormecidas.
Há dias, enquanto caminhava pelas vielas de minhas memórias, tropecei em um nome meio esquecido, meio conhecido: Nino. Uma espécie de déjà-vu afetivo, que me fez voltar no tempo, lá onde os apelidos desfilavam como sinfonia de infância.
Nino era um garoto alegre e travesso, daqueles que adoravam brincadeiras de rua e não levavam desaforo para casa. Sua risada alta ecoava pelas praças, contagiando todos ao redor. Com seu jeito espontâneo e irreverente, ele era o rei das pegadinhas, o organizador das peladas e o responsável por manter a turma unida.
Mas Nino não era só molecagem. Havia nele um lado sensível, que se escondia sob a casca durona. Lembro-me de uma tarde chuvosa, quando fui vê-lo e o encontrei chorando escondido em seu quarto. Ele tinha levado um fora de uma menina que gostava, e seu coração de menino apaixonado estava partido.
Naquele momento, deixei de lado as brincadeiras e me tornei o ombro amigo que ele precisava. Conversamos por horas, e percebi que por trás da fachada de durão, Nino era um garoto doce e vulnerável.
Os anos se passaram, e o tempo, esse impiedoso ladrão, tratou de nos separar. Nino e eu seguimos caminhos diferentes, e aquele apelido de infância ficou adormecido em algum canto de minha memória. Mas recentemente, ele ressurgiu com toda a força, me fazendo sentir saudade daqueles tempos despreocupados.
Não sei se Nino continua o mesmo garoto brincalhão e sonhador de outrora, mas tenho certeza de que o apelido que o acompanhava guarda um pedacinho de sua essência. Afinal, os apelidos da infância são muito mais do que meros nomes; são amuletos de identidade, que carregamos para sempre em nosso peito.
O resgate de "Nino" me fez refletir sobre a importância de preservar nossas memórias afetivas. São elas que nos conectam ao nosso passado, nos dão sentido de pertencimento e nos lembram de quem somos. E mesmo que o tempo passe, os apelidos da infância permanecem como cápsulas do tempo, guardando um pouco de nossa história dentro delas.
Por isso, se você tiver a oportunidade de resgatar um apelido antigo, não hesite. Ele pode ser o fio que te reconecta a um passado feliz e te faz lembrar da criança que você um dia foi. Quem sabe, ele não traga de volta também um amigo perdido ou uma lembrança esquecida?
E se você for o Nino, saiba que o apelido que você carrega é um presente. Ele é um lembrete da sua infância, dos amigos que te acompanharam e das brincadeiras que te formaram. Preserve-o com carinho, pois ele é uma parte importante da sua história.