Quando Brusque era conhecida como 'Rincão do Inferno'




Quem conhece a cidade de Brusque hoje, com seus parques, praças e belas paisagens, talvez não imagine que, no passado, ela era conhecida como "Rincão do Inferno". Era assim que os tropeiros que passavam por ali a chamavam, devido às condições precárias do local.

A região, originalmente habitada por indígenas, começou a ser ocupada por colonizadores alemães no início do século XIX. A chegada dos imigrantes trouxe progresso, mas também muitos desafios.

O terreno era acidentado, coberto por matas fechadas e infestado de animais selvagens. Não havia estradas, apenas trilhas estreitas e perigosas. Os tropeiros que transportavam mercadorias entre a Serra Gaúcha e o litoral tinham que passar por Brusque, e a jornada era árdua.

As chuvas torrenciais transformavam as trilhas em lamaçais, e os tropeiros muitas vezes tinham que descer de seus cavalos e enfrentar os atoleiros a pé. Os mosquitos eram abundantes, transmitindo doenças como malária e dengue.

Para piorar, a região era assombrada por salteadores, que atacavam os viajantes à noite. Diz a lenda que um desses salteadores, conhecido como "Capivara", era um homem alto e forte, que escondia seu rosto com uma máscara de couro de capivara.

Os tropeiros tinham medo de passar pelo "Rincão do Inferno", mas não tinham escolha. Eles precisavam transportar mercadorias e, muitas vezes, tinham que arriscar suas vidas.

Com o passar do tempo, a região foi se desenvolvendo. Os imigrantes construíram estradas, escolas e hospitais. A agricultura e a indústria floresceram.

Hoje, Brusque é uma cidade próspera e moderna, bem diferente do "Rincão do Inferno" do passado. Mas a história de suas origens ainda é contada, lembrando os desafios que os primeiros colonizadores enfrentaram.

E quem sabe, da próxima vez que você passar por Brusque, vai olhar para as belas paisagens e imaginar os tropeiros enfrentando as trilhas lamacentas e perigosas do "Rincão do Inferno".