Rosa Mota, a maratonista que inspirou uma nação
Por Ana Silva
Quando penso em Rosa Mota, a imagem que me vem à cabeça é a dela a cruzar a linha de chegada da maratona dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, a sorrir e a erguer os braços vitoriosos. Foi um momento icónico, não só para Rosa, mas para todo o país. Portugal tinha acabado de conquistar a sua primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos e era difícil conter a emoção.
Mas a vitória de Rosa Mota não foi apenas uma conquista pessoal. Foi também um símbolo da força e resiliência do povo português. Nos anos 80, Portugal estava a passar por um período difícil, com uma crise económica e social. A vitória de Rosa foi uma luz no meio da escuridão, um motivo de orgulho e esperança para todos os portugueses.
Rosa Mota nasceu em 29 de junho de 1958, na vila de Arcos de Valdevez. Desde pequena que gostava de correr, mas foi só aos 20 anos que começou a treinar seriamente. Em 1982, venceu a Maratona de Lisboa, tornando-se na primeira mulher portuguesa a vencer uma maratona internacional.
A partir daí, a carreira de Rosa Mota descolou. Ganhou a Maratona de Chicago em 1983 e a Maratona de Boston em 1985. Em 1986, tornou-se na primeira mulher a vencer a Maratona de Londres três vezes consecutivas.
A consagração de Rosa Mota chegou nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. A maratona feminina foi uma das provas mais emocionantes dos Jogos. Rosa Mota liderou a corrida desde o início, mas foi ultrapassada pela queniana Liz McColgan nos últimos quilómetros. No entanto, Rosa Mota não desistiu e acabou por recuperar a liderança e vencer a prova com um tempo de 2 horas, 25 minutos e 40 segundos.
A vitória de Rosa Mota foi um momento histórico para o desporto português. Foi a primeira medalha de ouro olímpica do país e inspirou muitos jovens a seguirem os seus sonhos. Rosa Mota tornou-se um ícone nacional e é hoje um dos rostos mais conhecidos de Portugal.
Além do seu sucesso desportivo, Rosa Mota é também conhecida pela sua humildade e pelo seu trabalho social. Após terminar a carreira de atleta, criou a Fundação Rosa Mota, que apoia crianças carenciadas. Rosa Mota é também embaixadora da Unicef e trabalha incansavelmente para melhorar a vida das crianças em todo o mundo.
Rosa Mota é uma mulher extraordinária que deixou uma marca indelével no desporto português. A sua vitória nos Jogos Olímpicos de Seul inspirou uma nação e mostrou-nos que tudo é possível se acreditarmos em nós próprios.