Na noite de 26 de dezembro de 1969, um terremoto de magnitude 6,2 atingiu a região de Lisboa, lançando a cidade no caos e no pânico.
Eu tinha apenas 8 anos na época, e lembro-me vividamente daquela noite fatídica. Estávamos dormindo profundamente quando o chão começou a tremer. As paredes rangiam e gemiam, as luzes oscilavam, e a casa inteira parecia prestes a desabar.
Saímos correndo para fora, para a rua, e nos juntamos a uma multidão de pessoas assustadas e desorientadas. O céu estava iluminado por luzes de emergência, criando uma atmosfera surreal.
O terremoto, que ficou conhecido como "Sismo de 1969", causou danos generalizados em Lisboa. Edifícios desabaram, pontes ruíram e milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
No entanto, o que mais me marcou sobre aquele acontecimento não foi a destruição, mas o silêncio. O terremoto aconteceu em silêncio, sem o estrondo ensurdecedor que normalmente associamos a tremores de terra.
Naquela noite, o chão tremeu como se estivesse vivo, mas não houve nenhum som. Foi uma experiência assustadora e inesquecível.
O Sismo de 1969 foi um lembrete de que, mesmo nas cidades mais modernas e cosmopolitas, a natureza ainda pode nos surpreender e desafiar.
Hoje, 50 anos depois, Lisboa ainda se recupera dos efeitos do terremoto. Alguns edifícios danificados foram restaurados, mas outros ainda estão em ruínas, servindo como um testemunho daquele dia fatídico.
O Sismo de 1969 é um capítulo importante na história de Lisboa e um lembrete constante da fragilidade da nossa existência.