Turista aranha-marrom




Prefiro o Rio nesta época do ano.

Eu sei que você está pensando: "Mas o Rio é sempre lindo!" E você está certo, mas é diferente no inverno. Mais calmo, mais tranquilo. Os turistas sumiram e a cidade é toda nossa.

Mas desta vez, eu trouxe um acompanhante indesejado: a aranha-marrom. Sim, aquela mesma que pode causar necrose e até a morte.

Eu não a vi quando cheguei, mas estava lá, à espreita. Eu senti sua presença quando entrei no meu quarto de hotel. Um arrepio na espinha, uma sensação de que algo estava errado.

Eu procurei pela aranha por horas, mas não consegui encontrá-la. Ela estava se escondendo bem. Mas eu sabia que ela estava ali, em algum lugar, esperando pelo momento certo para atacar.

Eu passei a noite acordada, com medo de que ela estivesse rastejando sobre mim. Eu ouvia cada barulho, cada movimento. E então, finalmente, eu a vi.

Ela estava na parede, bem acima da minha cama. Pequena, mas mortal. Eu congelei. Eu não sabia o que fazer. Eu poderia matá-la, mas e se eu fosse picada? Eu poderia fugir, mas e se ela me seguisse?

Eu fiquei ali, paralisado pelo medo. Até que, de repente, ela se moveu. Ela desceu pela parede e começou a se aproximar da minha cama.

Nesse momento, eu sabia que tinha que fazer algo. Eu peguei um sapato e joguei na aranha. Acertei em cheio. A aranha caiu no chão e ficou imóvel.

Eu senti um alívio imenso. Eu havia sobrevivido ao "turista aranha-marrom".

Mas não foi o fim. Eu passei o resto da minha estadia no Rio com medo. Eu verificava cada canto antes de entrar em um quarto. Eu olhava para o teto antes de dormir. Eu nunca mais me senti verdadeiramente seguro.

E então, uma semana depois, eu voltei para casa. E sabe de uma coisa? Eu ainda tenho medo das aranhas-marrons.