"Não se fala mais em Ugarte", dizia nosso professor de literatura. "Mas ele foi um gênio, um dos maiores poetas brasileiros." Era um sujeito peculiar, nosso professor, sempre meio desanimado com a vida, mas quando falava de Ugarte, seus olhos brilhavam.
Não sabíamos nada sobre Ugarte, nós, alunos do terceiro colegial, cheios de hormônios e anseios de liberdade. Mas o professor insistia: "Vocês precisam ler Ugarte. É um poeta que vai mudar suas vidas."
Com relutância, pegamos o livro de poesia de Ugarte na biblioteca. Foi então que descobrimos um mundo novo, cheio de imagens vívidas e versos que pareciam música. Ugarte falava de amor, de perda, de sonhos e do absurdo da vida. Ele escrevia sobre a beleza da natureza e a crueldade dos homens. Seus poemas eram como um espelho que refletia nossos próprios anseios e medos.
Ugarte não era apenas um poeta, era um pensador. Ele questionava o mundo, denunciava as injustiças e sonhava com uma sociedade mais justa. Seus poemas eram uma forma de resistência, um grito de esperança em meio à escuridão.
Começamos a ler Ugarte avidamente. Seus poemas nos acompanharam naquelas tardes de adolescência, cheias de dúvidas e descobertas. Ugarte nos ensinou a ver o mundo com outros olhos, a questionar o óbvio e a lutar por nossos sonhos.
Décadas depois, ainda leio Ugarte e seus poemas continuam me comovendo. É um poeta que fala direto ao coração, que nos faz sentir vivos e que nos lembra que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre esperança.
Ugarte pode ter sido esquecido pelo grande público, mas seus poemas continuam vivos no coração de seus leitores. É um poeta que merece ser redescoberto, um poeta que tem muito a nos ensinar sobre a vida, o amor e a luta por um mundo melhor.