A cada eleição, a questão dos votos dos emigrantes surge com força, mas rapidamente se desvanece no turbilhão da campanha eleitoral. No entanto, esta é uma questão fundamental que afeta milhares de portugueses que vivem no estrangeiro, e que precisam de ter uma voz na escolha de quem os representa.
São portugueses que deixaram o seu país em busca de uma vida melhor, mas que nunca deixaram de ser portugueses. Continuam ligados às suas raízes, à sua cultura e à sua família. Contribuem para a economia portuguesa, enviando remessas e investindo no seu país de origem. No entanto, quando chega a hora de votar, são relegados ao esquecimento.
A lei eleitoral portuguesa é restritiva em relação ao voto dos emigrantes. Só podem votar aqueles que residem no estrangeiro há menos de seis meses ou que tenham manifestado a sua intenção de regressar a Portugal num prazo de dois anos. Esta limitação é injusta e desproporcional, pois impede que muitos portugueses que vivem no estrangeiro há mais tempo exerçam o seu direito de voto.
É fundamental que o voto dos emigrantes seja facilitado. Uma das soluções seria estender o prazo de residência no estrangeiro para cinco ou mesmo dez anos. Outra seria criar um sistema de voto eletrónico, que permitiria aos portugueses votar à distância. Estas medidas permitiriam que mais emigrantes participassem nas eleições e fizessem ouvir a sua voz.
Sou emigrante e sei em primeira mão o que é ser privado do direito de voto. Há anos que vivo no estrangeiro, mas continuo a sentir-me português e a querer participar na vida política do meu país. No entanto, sempre que há eleições, sou forçado a assistir de longe, sem poder fazer a minha escolha.
É hora de dar aos emigrantes o direito de votar. É uma questão de justiça e de democracia. Os emigrantes são portugueses como os outros e merecem ter uma voz na escolha de quem os representa. Vamos fazer com que a sua voz seja ouvida!